1/31/2011

‎"Eu só quero um segundo teu.
Um segundo meu.
Um segundo nosso.
Um instante de dois"
Tu e eu

1/25/2011

ELOGIO AO AMOR - Miguel Esteves Cardoso in Expresso


Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado.
Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje.
Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá tudo bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.
O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem.
Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir.
A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.

1/22/2011

27240 1999 TR36 - wikipedia

1999 TR36 (asteroide 27240) é um asteroide da cintura principal. Possui uma excentricidade de 0.08197530 e uma inclinação de 13.73642º.
Este asteroide foi descoberto no dia 12 de outubro de 1999 por LONEOS em Anderson Mesa.

Estou seriamente a pensar comprar um terreno lá e fugir daqui.


http://pt.wikipedia.org/wiki/27240_1999_TR36

fartei-me da porra dos vizinhos!


Caros vizinhos,


     Com muita pena minha tenho de me referir ao assunto tão privado quanto este, mas exactamente por ser privado é que o tenho de fazer.


     A verdade é que o sexo é uma coisa natural e maravilhosa, claro, ou não gostássemos todos de o fazer. Porém, é necessário manter a consciência de que o condomínio têm assistido a tal acto tão íntimo.
     A barulheira que se têm verificado (normalmente ao fim de semana, a partir da meia noite) acorda seguramente alguns animais do Jardim Zoológico.
     Alguns gemidos femininos até não incomodam e muitas vezes mal se ouvem ou se percebem o que são, mas temos chegado aos gritos, as palavras brutas (que não serão aqui referidas), e o pior... o som, que a única palavra que consigo associar para o descrever é grunhir, sem querer ser ofensivo. Aliás, isto é tudo menos ofensivo, é apenas para se manter em privado aquilo que deve ser privado.
    O prédio já velhote, têm uma estrutura fraca, e o som propaga-se por todo o lado conseguindo-se ouvir até no rés do chão, portanto se faz favor cuidado com tal facto.


Ninguém é obrigado a ouvir as f***s de ninguém!
                           


(direitos reservados: ricardo teixeira)


Eu não quero ficar assim... ou melhor quero! Só não quero sozinho.